Um relógio que teria pertencido ao líder da Alemanha nazista, Adolf Hitler, foi vendido em um leilão por U$S 1,1 milhão (R$ 5,17 milhões na cotação atual), a um comprador anônimo. O objeto tem uma suástica e as iniciais de Hitler gravadas na parte exterior.
O evento foi realizado pela Alexander Historical Auctions, em Maryland, nos Estados Unidos, em 28 e 29 de julho. O relógio foi um presente oferecido a Hitler em abril de 1933, pelo Partido Nazista em razão do seu aniversário de 44 anos, quando fora nomeado cidadão honorário da Baviera. A peça foi feita e gravada pela relojoaria alemã Andreas Huber, em Munique.
No catálogo do leilão (íntegra, em inglês – 6MB), a peça é descrita como uma “relíquia da 2ª Guerra Mundial de proporções históricas”. Teria sido encontrada por uma tropa de soldados franceses que invadiu Berghof, casa de férias de Hitler, em 1945.






O leilão foi criticado por líderes judaicos em uma carta aberta assinada por 34 representações. Caracterizaram a venda como “abominável”. Em comunicado, o presidente da EJA (Associação Judaica Europeia), o rabino Menachem Margolin, pediu o cancelamento do leilão e escreveu que:
“Este leilão, inconscientemente ou não, faz duas coisas: uma é incentivar aqueles que idealizam o que o partido nazista representava. A outra é oferecer aos compradores a possibilidade de contentar alguém com um item pertencente a um assassino genocida.
“A venda desses itens é uma aversão. Há pouco ou nenhum valor histórico intrínseco para a grande maioria dos lotes em exposição. De fato, só se pode questionar a motivação de quem os compra. A Europa sofreu notoriamente por causa da ideologia pervertida e assassina do partido nazista. Milhões morreram para preservar os valores de liberdade que hoje temos como garantidos, incluindo quase meio milhão de norte-americanos. Nosso continente está repleto de valas comuns memoriais e locais de campos de extermínio.
“Os judeus, é claro, suportaram o peso do ódio nazista. Toda família judia que vive hoje teve parentes assassinados ou internados simplesmente por serem judeus. Mais de 6 milhões de nós sozinhos. Embora seja óbvio que as lições da história precisam ser aprendidas –e artefatos nazistas legítimos pertencem a museus ou locais de ensino superior–, os itens que você está vendendo claramente não [trazem ensinamentos]. Que eles sejam vendidos pelo maior lance, no mercado aberto, é uma acusação à nossa sociedade, na qual a memória, o sofrimento e a dor dos outros são substituídos por ganhos financeiros.”
Outras peças que teriam pertencido a Hitler também estavam à venda. Uma medalha do exército alemão da época da 2ª Guerra foi vendida por U$S 11.000 e uma aquarela por U$S 32.000.
Na próxima 3ª feira (2.ago.2022), completam 88 anos do dia em que Hitler se tornou ditador da Alemanha, em um regime que causaria o genocídio de milhões de judeus.
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